Débora Catizane: Elegância e Excelência à Frente de um Cartório que Respira Humanidade.

Com uma trajetória que une gestão moderna, sensibilidade feminina e vocação pública, a tabeliã de Campo Grande (MS) revela os bastidores da nova sede, os desafios da maternidade, a fé que a sustenta e o sonho de transformar o Cartório Catizane em referência nacional.

 

1. Doutora Débora, antes de assumir como tabeliã, você também atuou como registradora de imóveis � duas experiências marcantes dentro do extrajudicial. Como surgiu sua escolha pelo curso de Direito e, ao longo da jornada, o que te levou a se identificar com a função notarial? Foi uma decisão planejada ou algo que foi se revelando com o tempo?

R.           A escolha pelo curso de Direito foi idealizada por meus pais desde a escolha do meu nome. Débora foi uma Magistrada, cuja história é narrada no Livro de Juízes na Bíblia. Dessa forma, meu desejo desde a infância era de me tornar uma Juíza. Contudo, durante a faculdade, um brilhante professor me alertou sobre a tendência de desjudicialização e a promissora carreira nas Serventias Extrajudiciais. Para mim, foi uma grande surpresa, pois mesmo sendo estudante de Direito, tinha aquela visão leiga de que os �Cartórios� eram passados de pais para filhos. Aprofundando em Direito Notarial e Registral, eu me encontrei e comecei a prestar concursos públicos para o Extra em todo Brasil. Tive a felicidade de servir como Registradora de Imóveis a Comarca de Taquaritinga, São Paulo, por quase dois anos. E, atualmente, sou Tabeliã de Notas do 8° Ofício da Comarca de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, completando em outubro dez anos de Delegação.

 

 

 

2. A nova sede do seu cartório tem encantado pela harmonia entre beleza, funcionalidade e acolhimento. Para você, o que esse novo espaço simboliza em sua trajetória? Ele marca uma virada, um novo capítulo? Qual foi a intenção por trás de cada escolha que hoje traduz tanto o seu estilo quanto sua visão de ofício?

R.           A nova sede simboliza, sem dúvida, um marco e divisor de águas na minha trajetória. Ela representa o amadurecimento da minha carreira, além da concretização de um sonho de oferecer aos clientes e à minha equipe um ambiente não só funcional, mas também acolhedor e inspirador. Cada detalhe foi pensado para criar uma atmosfera de confiança, onde as pessoas se sintam à vontade para resolver questões tão sensíveis, mas de uma forma respeitosa e confortável. Foram quase dez anos na sede anterior, que se situava na mesma Rua da nova sede, a saber, Marechal Rondon Cândido Mariano, Centro de Campo Grande. Apesar do grande investimento em nossa nova estrutura, a ideia é ser um �Cartório Boutique�, sem filas, com atendimento personalizado e preferencialmente virtual. Nosso novo espaço conta com duas amplas salas de reunião, atendimento humanizado no balcão, onde o cliente é atendido sentado, e até mesmo uma brinquedoteca para nossos clientes mirins.

 

 

 

3. Você lida diariamente com atos que formalizam decisões muito íntimas. Alguma vez já sentiu que precisava mais escutar do que assinar?

R.           Sim, muitas vezes, especialmente em se tratando de lavratura de Testamentos Públicos. O trabalho notarial é um ato de formalização, mas também de escuta. Há momentos em que a situação exige um ouvido atento, mais do que uma simples assinatura. A empatia e o cuidado com as histórias das pessoas são fundamentais para que o processo tenha um significado mais profundo e não se torne apenas uma formalidade.

 

 

 

4. Você está à frente de uma serventia, mas também de uma equipe. Liderar é mais sobre tomar decisões ou sobre inspirar as pessoas a confiarem nas suas? Como você lida com esse equilíbrio?

R.           Liderar é, sem dúvida, mais sobre inspirar do que apenas tomar decisões. Claro, as decisões são necessárias, mas a confiança que consigo estabelecer com minha equipe é a base do nosso trabalho. Procuro ser acessível, criando um ambiente onde todos se sintam valorizados e parte do processo.

 

 

 

5. Em uma era de hiperconectividade, como você lida com o desafio de estar presente de verdade � no cartório, na família, em você mesma? Alguma prática que te ajuda a se recentrar?

R.           A hiperconectividade é um desafio, sem dúvida. Tento manter uma disciplina rigorosa para separar os momentos dedicados ao trabalho, à família e a mim mesma, com horários predefinidos em minha rotina. Meu momento diário de devocional tem sido fundamental para me recentrar e manter o equilíbrio.

 

 

 

6. Ser tabeliã exige firmeza. Ser mãe exige entrega. Como essas duas forças � aparentemente opostas � se encontram em você no dia a dia? Algum dos seus filhos já te fez enxergar o cartório com outros olhos?

R.           Essas duas forças se encontram em mim de maneira complementar. No Cartório, preciso ser firme e tomar decisões claras, enquanto, como mãe, a entrega emocional e a flexibilidade são essenciais. Meus filhos, com seu olhar puro e questionador, muitas vezes me ajudam a ver o mundo de uma forma mais simples e verdadeira, o que acaba refletindo no meu trabalho. Eles me lembram da importância de ser atenta e carinhosa, mesmo em momentos desafiadores. Em particular, a minha primogênita Maria Flor, por ser uma criança especial, fez com que a minha perspectiva de vida mudasse, influenciando também no meu modo de enxergar o meu ofício. Devido à sua condição, eu me tornei uma pessoa muito mais resiliente. Especificamente em relação ao Cartório, adotei uma postura de maior inclusão social, tendo aberto vaga para colaborador PCD e iniciado a campanha �Cartório Catizane, aqui cabe todo mundo�.

 

 

 

7. Além de uma trajetória admirável no extrajudicial, você vive também uma bela história pessoal ao lado de seu marido, que atua como empresário do ramo de securitização de crédito � uma área que, curiosamente, dialoga com o universo notarial. Como essa parceria afetiva e profissional contribui para a sua vida? E que aprendizados o casamento trouxe que hoje também se refletem na sua forma de conduzir a vida e o cartório?

R.           Eu conheci o meu marido, Erlon, por meio do Cartório. Ele é um cliente assíduo e muito especial. Nossa parceria é de vida, e ele me ajuda nas decisões mais difíceis, seja em relação a nossos filhos, seja quanto ao trabalho. Por ser um homem visionário e empreendedor, foi quem me deu todo o suporte emocional para encarar de cabeça a longa obra relativa à nova sede. Ele, como líder e chefe, sempre me aconselha sobre novas estratégias empresariais que possam ser aplicadas ao universo do Tabelionato de Notas. Estamos juntos há cinco anos e desde então venho em um processo de expansão do Cartório, por intermédio da nossa troca de experiências. Em seu ramo de atuação, ele sempre se vale dos nossos serviços para imprimir maior segurança jurídica às suas transações financeiras. O casamento me ensinou muito sobre a importância do apoio mútuo, paciência e visão de longo prazo. Esses valores influenciam diretamente na forma como conduzo meu trabalho e a gestão do Cartório.

 

 

 

8. O sistema notarial brasileiro difere de modelos como o da Alemanha, país cuja língua você domina. Já refletiu sobre as diferenças entre os modelos notariais e como poderíamos evoluir com base em experiências estrangeiras?

R.           Aos dezesseis anos, fiz intercâmbio cultural na Alemanha por doze meses, oportunidade que me proporcionou aprender o idioma alemão. Quanto à reflexão sobre as diferenças entre o modelo notarial brasileiro e o alemão, é inevitável para mim. Já estudei bastante a respeito e entendo que o sistema notarial brasileiro, com sua base registrária, tem aspectos positivos, como a segurança jurídica, mas também há elementos do modelo alemão que poderiam ser mais aplicados aqui, como a maior proximidade entre o Notário e as partes envolvidas no ato, e a maior ênfase na prevenção de litígios, embora ambos os sistemas busquem garantir a autenticidade e a legalidade dos atos jurídicos. Em contrapartida, algo revolucionário do sistema brasileiro e muito positivo e ainda inexistente no sistema alemão é a possibilidade de realização dos atos notariais de forma eletrônica por meio do e-notariado.

 

 

 

9. O que o mestrado em Direito Empresarial te ensinou sobre o comportamento empresarial � e como isso aparece no balcão? Ainda, com seu olhar empresarial, que tipos de atos você considera subutilizados no Brasil, mas que poderiam ser melhor explorados pelos usuários?

R.           O mestrado em Direito Empresarial me ensinou a importância da organização, planejamento e análise crítica, o que reflete diretamente na gestão do Cartório. Com o olhar empresarial, percebo que alguns atos notariais, como as atas notariais, cartas de sentença e contratos, são muitas vezes subutilizados. Eles poderiam ser mais explorados, principalmente no ambiente corporativo, para aumentar a segurança jurídica e reduzir riscos.

 

 

 

10. Você está sempre muito elegante, mesmo conciliando os múltiplos papéis de mãe de três filhos, esposa, tabeliã e mulher à frente de uma rotina exigente. Como você encontra tempo � e prazer � nos cuidados pessoais? É um ritual familiar, um momento seu? E, principalmente, o que te motiva a não desanimar mesmo nos dias mais desafiadores?

R.           Fico muito lisonjeada com as generosas palavras. Busco sempre estar bem apresentável e humorada, em meus atendimentos. Acho muito importante ter tempo para autocuidados. Encontro prazer nos meus cuidados diários, porque são uma forma de recarregar as energias. Tento reservar momentos para isso, seja durante a manhã, ou em momentos mais tranquilos da noite. O que me motiva a não desanimar são os desafios, sim, mas principalmente o apoio da minha família e a paixão pelo que faço. Ver o impacto positivo do meu trabalho na vida das pessoas me dá força para seguir.

 

 

 

11. Para quem vê sua trajetória de fora, parece tudo muito bem-sucedido. Mas por trás de cada conquista há sempre uma decisão difícil. Qual foi a renúncia mais silenciosa � e mais poderosa � que você precisou fazer para estar onde está hoje?

R.           A renúncia mais silenciosa foi, sem dúvida, durante a fase dos concursos públicos, na qual me dediquei exclusivamente aos estudos, tendo aberto mão de vários momentos em família e de lazer. Foi uma escolha difícil, mas necessária para alcançar o que conquistei. Hoje, vejo que o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional é essencial. E muito embora tenha optado por ter uma vida menos tranquila, devido à correria quotidiana e minhas múltiplas atribuições, atualmente encontro tempo suficiente para me dedicar à minha família.

 

 

 

12. Quem é Débora Catizane quando não está à frente de um cartório elegante e exemplar? Com uma trajetória marcada por conquistas expressivas ainda tão jovem, há algum desejo silencioso, alguma ambição futura � pessoal ou profissional � que ainda pulsa em você, mesmo quando tudo ao redor já parece conquistado?

R.           Quando não estou no Cartório, sou uma pessoa que ama estar com minha família, cuidar dos meus filhos e aproveitar os momentos simples da vida. Embora esteja muito satisfeita com minhas conquistas até o momento, ainda tenho desejos e ambições. Um deles é continuar aprendendo e evoluindo, tanto no âmbito pessoal quanto profissional. O maior sonho é que o Cartório Catizane seja referência não apenas em Mato Grosso do Sul, mas também no Brasil, como Tabelionato modelo.

 

 

 

Bate-bola:

 

Nome Completo: Débora Catizane de Oliveira Franco

Profissão: Tabeliã de Notas

Data de Nascimento: 28 de janeiro 1987

Time do Coração: Clube Atlético Mineiro

Hobby Preferido: viajar com a família

Uma Música que Inspira: Love of my Life - Queen

Um Livro Inesquecível: As 48 Leis do Poder - Robert Greene

Uma Citação Que Te Marca: Uma Citação Que Te Marca

Uma Personalidade Que Você Admira: Jesus Cristo

Uma Saudade: meu amado Pai

Redes Sociais:

Instagram: @deboracatizanefranco e @cartorio_catizane

Facebook: Débora Catizane e Cartório Catizane - 8° Tabelionato de Notas de Campo Grande

 

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