Sua ligação está sendo gravada para fins de contratação – (ICNR).
06/11/2025

Mas será que ela está sendo protegida para fins de privacidade?
Nos últimos meses, empresas de telefonia, internet e TV por assinatura intensificaram o uso de contratos verbais, com o chamado "aceite de voz" como forma de assinatura contratual.
Isso significa que a sua voz está sendo usada como prova jurídica de consentimento.
Até aí, tudo bem, desde que se respeite a LGPD. Mas aqui começa a nossa conversa séria: Voz é dado pessoal.
Segundo a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), qualquer informação que identifique uma pessoa é considerada dado pessoal. E a voz humana não só identifica, como pode autenticar.
Com o avanço da IA generativa, já existem deepfakes de voz que imitam com perfeição timbres, entonações e até emoções. Em segundos, golpistas podem simular sua fala para fraudar contratos, obter crédito, acessar sistemas e muito mais.
E o que diz a LGPD?
Empresas que coletam e utilizam a voz para formalização de contratos precisam:
- Informar claramente a finalidade da coleta.
- Ter base legal adequada (geralmente, execução de contrato).
- Garantir segurança e rastreabilidade da gravação.
- Adotar medidas técnicas para evitar vazamentos e fraudes.
- Permitir ao titular o acesso, correção e revogação do consentimento.
- Ter um programa de governança em privacidade, com DPO responsável.
O risco não é apenas jurídico, é reputacional.
Vazamentos de voz, uso indevido ou fraudes com IA podem gerar multas administrativas, indenizações e danos à imagem das empresas envolvidas.
Fonte: https://icnr.com.br/